"A Ironia e o Deboche na Celebração de Anora"
- Eduardo Souza
- 3 de mar.
- 1 min de leitura
Fernanda Torres e Demi Moore ficaram de fora do Oscar, enquanto a "novinha" que interpretou uma prostituta em busca de seu príncipe levou uma estatueta. E quem realmente riu por último foi Hollywood.
Demi Moore estrelou um filme que faz uma crítica feroz à obsessão pela juventude no cinema. A obra explora o "horror corporal" e questiona até onde as mulheres são levadas a se submeter para manter a ilusão de juventude eterna, acreditando que isso as manterá
Por outro lado, Fernanda Torres foi protagonista de um filme sobre a maternidade e os sacrifícios que as mães fazem pelo bem-estar da família,

Aqui está a notícia reescrita com um tom mais formal e analítico:
O cinema estadunidense continua a retratar a condição feminina sob uma ótica limitada, frequentemente associando a experiência das mulheres à violência sexual e à prostituição. Na premiação mais recente, a grande vencedora foi uma jovem atriz que interpreta uma trabalhadora sexual em busca de um parceiro idealizado, que surge como um salvador. A mensagem transmitida pela narrativa é clara: o príncipe pode não ser quem aparenta, mas ele existe – e, assim como nos contos de fadas, ele se revela na figura do homem bruto. Cabe à mulher reconhecê-lo e, para isso, submeter-se ao que for necessário até enxergar o herói por trás da fachada monstruosa.
O longa-metragem "Anora", grande vencedor da noite, não se aprofunda nas duras realidades do trabalho sexual. Em vez disso, romantiza a precariedade e reforça um discurso repetido há séculos: mulheres, busquem seus príncipes, independentemente das condições a que precisem se sujeitar.
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